sexta-feira, 31 de julho de 2009

Elegância do comportamento
Toulouse Lautrec


TAÍ, PENSE NUMA COISA ELEGANTE!
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso,
esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres
e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã
até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas,
quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam. E quando falam, não ficam a julgar sentindo-se o "dono da verdade".
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Em pessoas que sabem que os mais velhos, muitas vezes,
são rabujentos e mesmo assim o tratam com a deferência que merecem.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece,
é quem presenteia fora das datas festivas,
é quem cumpre o que promete e,
ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando
e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber
o que você teve que se arrebentar para o fazer.

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo,
a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens.
Abrir a porta para alguém? É muito elegante.
Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante.
Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma.
Oferecer ajuda? Muito elegante.
Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação,
mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver,
que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu,
que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.

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