quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Vampiros Aliados

Os Vampiros aliados
festejam a ampliação do banco de sangue

Menos de um mês depois de promover o Brasil a potência petroleira, Lula promoveu-se a presidente de uma potência olímpica. Em 6 de setembro, Dia da Segunda Independência, não precisou de um só barril a mais para apresentar ao mundo o caçula da OPEP. O que resolveu que vai acontecer daqui a 10 ou 15 anos pareceu-lhe suficiente. Em 2 de outubro, depois de derrotar os ianques, os espanhóis e os japoneses na Batalha da Dinamarca, não precisou de uma única medalha de bronze para instalar o país no clube dos colossos esportivos. Bastou o que resolveu que vai acontecer no Rio em 2016.
O curto espaço entre os dois assombros avisa que a metamorfose ambulante sofreu mais uma mutação para pior. Lula sempre se apropriou do passado para fingir que fez o que outros fizeram. Quem ouve a discurseira imagina, por exemplo, que a inflação liquidada em 1994 pelo Plano Real foi banida em 2003. Pois o pior governante da história agora deu de também expropriar o futuro para moldá-lo às conveniências do presente ─ e fingir que já foi feito o que está por fazer. O craque que vive assumindo a paternidade de gols alheios passou a reivindicar a autoria dos que nem aconteceram.
A fantasia seria menos inverossímil se Lula não inaugurasse o futuro sempre em companhia de gente que eterniza o passado. No descobrimento do pré-sal, protagonizou uma superprodução futurista à frente de um elenco de cinema mudo liderado pelos canastrões José Sarney e Edison Lobão. No comício em Copenhague, anunciou a ascensão do Brasil à primeira divisão do planeta num palanque de segunda. O país não tem sequer arremedos de política esportiva. Investe apenas, e equivocadamente, no esporte de alto rendimento.
Testo de Augusto Nunes.
Direito ao ponto
5 de outubro de 2009

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