segunda-feira, 28 de junho de 2010

Muita agua. E pouca ação (Sinopse)

Revista Época
BRASIL
Foi muita água. E pouca ação


Marco Bahe, Eduardo Machado e Alexandre Mansur
Castigadas por chuvas fenomenais e pela falta de verbas para conter as cheias, mais de 50 cidades nordestinas são reduzidas a escombros, em meio à fome e ao desespero
Em todo o Nordeste, o dia de São João, 24 de junho, é aguardado com esperança e celebrado com festa. Do litoral ao sertão, os moradores enfeitam suas casas com bandeirinhas e esbanjam na comemoração. Comida em abundância, queima de fogos, música e dança varando a madrugada. Para a dona de casa Nize Lucena, de 55 anos, a quinta-feira não foi de festa. Ela não tinha nem o que comer. Caminhava a esmo, com os pés descalços na lama suja e fétida que tomou conta de todas as ruas da cidade pernambucana de Barreiros. Após horas de peregrinação, dona Nize conseguiu quatro pacotes de biscoito e dez pães, mas nem um copo d’água para dar aos sete filhos e ao neto, vítimas como ela das enchentes que atingiram 76 municípios de Alagoas e Pernambuco.

Como dona Nize, estima-se que mais de 100 mil pessoas estejam desalojadas pelas chuvas que caíram torrencialmente sobre os dois Estados desde o final de semana anterior. No Recife, as chuvas chegaram ao volume de 348 milímetros em apenas três dias, quando a expectativa era de 389 milímetros durante todo o mês. Concentração semelhante de chuva caiu no interior de Pernambuco e Alagoas. Os níveis de nada menos que 15 rios subiram pelo menos 5 metros.

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