sábado, 2 de fevereiro de 2019

Em busca dos blends da Cachaça Itajoana

Por Manoel Agostinho Lima Novo
E o turismo alcoológico não para…
Sábado passado, em companhia dos apreciadores da branquinha do Clube Carioca da Cachaça, fui parar no Alambique da Cachaça Itajoana, em Três Rios (RJ), mais precisamente no distrito de Bemposta… e, aliás, o alambique foi “bemposto”, como o nome diz, naquele lugar.
A Itajoana é uma cachaça que tem apenas três anos de formalização e seu alambique já nasceu alambique, não é um espaço adaptado. E é excelente – tudo de primeira qualidade.
Três Rios, para quem não sabe, é a terra da Condessa de Rio Novo e tem este nome porque ali, no município, encontram-se três rios: o Piabanha, que vem de Petrópolis, o Paraibuna, que vem de Minas Gerais, e o Paraibão do Sul, que recebe os dois de braços abertos para levá-los rumo ao Atlântico.
O clima nos ajudou a chegar bem, pois não havia lama na estrada para nos atolarmos. Era só poeira nos 6 quilômetros que separa a civilização da degustação. O caminho, desde o Rio, é pela BR 040 (Rio-Juiz de Fora) e pela BR 393, na direção de Além Paraíba. São duas horas de viagem até alcançarmos a Estrada Itajoana, de terra.
Como, dentro do nosso ônibus, não faltava o líquido precioso para molhar as goelas secas pela poeira, nada foi problema.
Um belo lago na entrada da fazenda deu-nos as boas vindas. Diga-se de passagem há uma cerca em torno do lago, por motivos óbvios… alguém um pouco mais alegre deve ter caído ali no passado, mas os produtores não falam sobre o assunto.
Numa visita guiada pelas instalações do alambique, o Seu Paulo abriu a matraca, explicando aos presentes como se faz cachaça de qualidade. Enquanto o Paulo explicava, o Leonardo, produtor e cachaceiro de carteirinha, com cara de vereador, preparava a degustação para o final da visita, enquanto a Martha Fernandes, minha amiga de infância, preparava aquela feijoada.
Duas pessoas não apreciaram a feijoada, são vegetarianos, em compensação muitos repetiram várias vezes, elogiando. Só se via o povo caminhando com o prato já com aquela mancha de feijão, sinal de que vai repetir.
Agora aqui prá nós, degustamos uma cachaça excelente. Pudemos escolher entre os quatro criativos blends engarrafados pelos produtores: 
carvalho/bálsamo/amburana/jequitibá; carvalho/bálsamo/jequitibá; carvalho/amburana/jequitibá ou carvalho/amburana/bálsamo. Essa riqueza de sabores, somada à feijoada e àquele local bucólico… não dava para não transformar o sábado numa festa. E a festa continuou no ônibus na volta, alegrada pelo poeta-etílico Lucena.
Parece que nós não demos prejuízo para o alambique, pois o Leo e a Tatiana (ela manda mais que ele) convidaram para voltarmos.
Pode até ser por educação mas eu prefiro acreditar que eles gostaram mesmo, por isto vou voltar, me esperem. Obrigado pela recepção, Leo, Tatiana e Anderson (cunhado – o que cunhado faz em alambique?) e a amiguinha gourmet Martha. Sucesso pra vocês!
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