A ÚLTIMA I NSPEÇÃO
O Fuzileiro Naval ficou diante de seu superior (Deus), a porta do céu, para a última inspeção.
- Meu filho, fostes fiel à Igreja? Destes a outra face ao inimigo?
O Infante se perfilou respondendo em alto e bom tom:
- NÃO SEHOR! Nós que andamos no vale das trevas, não podemos ser só amor! Na maioria dos domingos eu estava de serviço, não fui à igreja. Em vezes, falei de modo impuro, outras fui implacável, julguei e executei a sentença sem dar condições do inimigo de defesa, pois o mundo é muito duro. E os caminhos que percorro são constituídos de pedras e semeados de espinhos, mas nunca guardei um tostão que não fosse meu. E quando outra conta acumulava aos serviços extras eu me dedicava e de minha família me afastava. Às vezes, meu Deus, me perdoe, chorei à toa, por dores dos outros, pois nem sempre podemos estender a mão àquele que sofre. Reconheço que não mereço ficar em seu meio; jamais me quiseram por perto, a não ser no perigo, mas nunca decepcionei meus superiores, jamais deixei de estar ao lado de um irmão caído e sempre cumpri as minhas ordens sem contestar, tive meu uniforme sempre alinhado, minha arma sempre limpa e municiada, ela se conservou, minha alma apodreceu. Fui sempre padrão, fui orgulhoso do meu serviço e de minha profissão. Somente me emocionei ao toque do clarim e do reconhecimento do dever cumprido. Se tiver um lugar pra mim na caserna do céu luxuoso não precisa ser e, caso não haja, eu saberei entender... “
Faz-se silêncio em redor do trono... E o soldado esperou o veredicto do Senhor:
- Tu, Fuzileiro, ensinou o novato e quando caíram ao teu lado, carregou teu irmão, serviste com alma e coração e fez-te escudo para o próximo. E por mais tortuosa e dolorida que foi tua estrada sempre seguistes teus superiores. Portanto, anda em paz pelo paraíso. O INFERNO já foi tua missão!
FUZILEIROS NAVAIS!!!
ADSUMUS!!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário