Aileda de Mattos Oliveira (15/4/2015)
Compreendemos que o Exército Brasileiro limite-se a rememorar
os feitos militares da época, ao dedicar o dia 19 de Abril à simbólica
formação da Força Terrestre, como um culto à histórica vitória em Guararapes,
nos idos de 1648.
No entanto, não se restringe às batalhas contra os holandeses
o papel que desempenhou, ainda, como “forças luso-brasileiras”. Nesta
situação, deram início à unificação nacional que não podia prescindir da
língua portuguesa, àquela época, relegada em favor da “língua geral”,
politica e estrategicamente disseminada pelos jesuítas, que objetivavam
a transformação do Brasil no “Império Teocrático”.
Desde a sua formação, o Brasil sempre foi vítima de grupos
que se empenharam em desviar a sua trajetória em direção a rumos escusos,
diferentes do traçado para o seu desenvolvimento e projeção como soberana
nação. Não conseguiram.
Se a presença militar do Mestre de Campo português Francisco
Barreto de Menezes foi fundamental na manutenção do idioma luso, coube
aos demais participantes, miscigenados, serem os implantadores da língua
pela presença militar em cada canto em que estivessem.
Sim, a língua seguiu a tropa e com a tropa acampou; e continua
seguindo a tropa e com a tropa acampando. Graças a esse convívio diário,
devemos, ontem, às forças luso-brasileiras, hoje, ao Exército Brasileiro,
a contínua tarefa de manutenção da unidade nacional, para a qual é essencial
a constante transmissão da língua àqueles que, distantes, precisam integrar-se
ao território e identificar-se como brasileiros pela cultura comum que
ela transmite.
Que sejam repelidos, como apátridas, todos os que tentam
destruir a unidade nacional conquistada com muita luta e sangue; que sejam
rechaçados os devotados aos interesses antibrasileiros; que sejam afrontados
os que objetivam o enxovalhamento da língua, pelo desprezo que a ela dedicam
as entidades educacionais, de onde, hoje, saem grades curriculares mantenedoras
da ignorância e do atraso.
A presença do Exército em cada ponto longínquo do país
é a garantia de que as unidades territorial e linguística serão escrupulosamente
preservadas, por não sobreviver uma sem a outra.
Por esta, entre outras exemplares ações, cumprimentamos
o Exército Brasileiro, nesta sua data de 19 de Abril, pelos 367 anos de
gloriosa existência!
(Dr.ª em Língua Portuguesa. Vice-Presidente da Academia
Brasileira de Defesa)
Fonte: site da AVCFN www.avcfn.com.br
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