Frequentemente, os médicos ouvem essa resposta no consultório. Mas, será
que o tratamento medicamentoso é a única forma de cuidar da pressão arterial?
Seguramente, não! O tratamento da hipertensão inicia-se com mudanças de
hábitos, muitas vezes subjugados, que aumentam a pressão sanguínea.
A hipertensão arterial sistêmica é uma das principais doenças crônicas
que acometem a população mundial. Tomar consciência de seu diagnóstico e se
inteirar dos vários aspectos que permeiam a patologia são atitudes primordiais
para o tratamento. Os fatores ligados ao desenvolvimento da doença guardam
características genéticas e ambientais que, em conjunto, levam ao aumento dos
níveis pressóricos e suas complicações de curto e longo prazo, principalmente
quando o tratamento não é realizado ou é feito de modo irregular.
Controle do peso
A perda de peso afeta sobremaneira o tratamento da hipertensão. Estudos
mostram que a perda de dois quilos em pacientes hipertensos com sobrepeso
representa diminuição de 3,7 mmHg na pressão sistólica, a “máxima”, e 2,7 mmHg
na pressão diastólica, a “mínima”.
Alimentação
Fator determinante no controle da pressão. As mudanças metabólicas
produzidas pela alimentação geram diminuição de 8,6 a 9,5 mmHg na “máxima” e de
6,0 a 6,2 mmHg na “mínima”, em média. Os valores são discretos, mas podem, por
exemplo, reverter uma hipertensão arterial inicial.
Controle de Sal
Um inimigo conhecido da hipertensão é o sódio. Os alimentos ricos em sal
afetam o controle da pressão e dificultam o tratamento. Já os industrializados
costumam ser ricos em sódio, muitas vezes escondido em conservantes, corantes e
aromatizantes. E não são apenas os alimentos salgados: refrigerantes, sucos e
muitos outros alimentos doces também são repletos do elemento. Dietas restritas
em sódio chegam a produzir diminuição de 1,9 mmHg na “máxima” e de 1,1 mmHg na
“mínima”, em média.
As mudanças no estilo de vida são a primeira etapa do tratamento e são
fundamentais no controle da doença. Evitar ou diminuir significativamente o
sedentarismo, tabagismo e estresse também é indispensável para que o efetivo
controle metabólico seja alcançado.
Aliar os medicamentos a um estilo de vida mais leve e saudável faz, sim,
parte do tratamento e não deve ser deixado de lado nem pelos pacientes nem
pelos médicos.
Referências:
World Health Organization. Global status reportonnoncommunicablediseases.
Geneva: WHO/NUT/NCD; 2011.
Prevalência e fatores associados com hipertensão autorreferida em
adultos brasileiros. Rev. Saúde Pública, vol. 51, spl.1. São Paulo, 2017.
Cada quilo perdido é importante no combate à hipertensão. Sociedade Brasileira
de Hipertensão. São Paulo
7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Sociedade Brasileira de
Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão e Sociedade Brasileira de
Nefrologia.
FONTE: Saúde Naval
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