terça-feira, 18 de junho de 2019

Navio de Assistência Hospitalar Doutor Montenegro

MISSÃO E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Os Navios de Assistência Hospitalar (NAsH) têm por missão realizar atendimentos médicos e odontológicos nos “Pólos de Saúde”, por meio das Operações de Assistência Hospitalar (ASSHOP) às populações ribeirinhas, a fim de implantar uma mentalidade de saúde e cuidados de higiene, além de manter uma vigilância epidemiológica e combater endemias. As operações assistenciais na região amazônica tiveram início em 1984.
Os Navios prestam atendimento às populações ribeirinhas por ocasião de suas passagens pelas localidades. A cinemática, para tal atendimento, é feita de acordo com a programação estabelecida pelo Comando do 9º Distrito Naval e pelo Comando da Flotilha do Amazonas. A bordo, há uma equipe de saúde que atua nas áreas médica e odontológica, podendo realizar exames laboratoriais de análises clínicas, dermatológicos e radiológicos, além de partos vaginais, pequenas cirurgias, tratamento odontológico e vacinação em larga escala.
Com a parceria entre a Marinha do Brasil e o Ministério da Saúde, promove-se, a cada ano, atendimento aos seguintes “Pólos de Saúde”: Amazonas / Tapajós / Trombetas / Nhamundá / Paraná do Ramos; Juruá "A"; Juruá "B"; Juruá "C"-Acre; Madeira; Negro / Branco; Purus "A"; Purus "B"; Purus "C"-Acre; Solimões "A" / Japurá / Aranapú / Auti-Paraná / Paraná do Copeá; Solimões "B" / Iça / Javari; e Xingú / Jarí / Marajó / Tocantins.
Além do acima exposto, o NAsH Doutor Montenegro, especificamente, de acordo com o contrato de cessão de uso assinado entre a Marinha do Brasil e o Estado do Estado do Acre, realiza às ações de assistência à saúde das populações ribeirinhas, da região Amazônica, em especial ao Estado do Acre. A primeira comissão ao Estado do Acre durou 4 meses e foi denominada de Comissão Acre I, na qual o Navio foi até Marechal Thaumaturgo, quase fronteira com o Peru. Desde então, esta comissão é realizada nos mesmos moldes, sempre aproveitando o período de cheias do rio Juruá, que é de novembro até maio.

HISTÓRICO
O Hospital Fluvial Dr. Manoel Braga Montenegro terminou de ser construído em janeiro de 1997, sob encomenda do então Governador do Estado do Acre o Sr. Orleir Messias Cameli, no estaleiro Conave, em Manaus, sendo entregue na cidade de Rio Branco-AC. Viajou, então, quatro meses pelo rio Envira, estabelecendo-se na cidade de Feijó-AC por oito meses. Após este período viajou por cinco meses no alto Juruá, estabelecendo-se na cidade de Marechal Thaumaturgo. De novembro de mil novecentos e noventa e oito a janeiro de dois mil ficou sediado em Cruzeiro do Sul-AC.
Após entendimentos entre o Ministério da Saúde, o Governo do Estado do Acre e o Comando da Marinha do Brasil ficou decidido que o Navio seria transferido para Marinha por contrato de Cessão de uso a ser celebrado entre esta e o Governo do Estado do Acre. Em três de janeiro do ano de dois mil foi iniciado o reboque do Navio entre as cidades de Cruzeiro do Sul-AC e Belém-PA, tendo o mesmo atracado na Base Naval de Val-de-Cães em dezessete de janeiro do mesmo ano, onde tiveram início as obras de transformação, reparos e instalações de novos equipamentos, com o propósito de alcançar os requisitos de segurança exigido para ser incorporado pela Marinha do Brasil.
Em dois de maio do ano de dois mil, após o período de conversão o Navio de Assistência Hospitalar Doutor Montenegro desatracou da Base Naval de Val-de-Caes rumo a Manaus. Às 10:00 horas do dia dezenove de maio do ano de dois mil, na Estação Naval do Rio Negro, em Manaus, em cerimônia de mostra de armamento, presidida pelo Exo Sr. Almirante-de-Esquadra José Alberto Accioly Frageli, Chefe do Estado-Maior da Armada, foi incorporado o Navio à Marinha do Brasil de acordo com a portaria número cento e cinquenta e sete, de dezessete de maio de dois mil, do Comandante da Marinha, do que, para constar, mandou que fosse lavrado o termo, conforme dispõe a Ordenança Geral para o Serviço da Armada, artigo 1-3-2, assumindo o Cargo de Comandante do Navio o Capitão-de-Corveta Carlos Emmanuel Rodrigues da Silva.

NOME (EXPLICAÇÃO OU QUEM FOI)
A Marinha do Brasil escolheu para ser o nome do “Doutor Montenegro”, sendo o primeiro Navio da Armada a receber este nome.
O nome “Doutor Montenegro” é uma homenagem ao ilustre médico acreano Doutor Manuel Braga Montenegro, um homem simples, de poucas e boas palavras e sempre disposto ao trabalho. Assim, pode-se definir o perfil do médico Manoel Braga Montenegro, o doutor Braga, nascido na cabeceira do rio Liberdade em 14 de março de 1927, filho de uma família de imigrantes cearenses, doutor Braga é o mais velho dentre os seis filhos deste casal. Aos nove anos deixou sua terra natal em busca de uma educação de melhor qualidade, indo para a cidade de Manaus-AM, onde cursou os estudos até o ginásio. Depois foi para Fortaleza e Recife e em seguida para Belo Horizonte, onde fez o curso de medicina na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, sendo um dos formandos da primeira turma da faculdade no ano de 1956.
Em 20 de outubro de 1957, retornou para Cruzeiro do Sul-AC, onde começou a trabalhar como médico no posto de saúde, que funcionava no local onde hoje é a agência do Banco do Brasil, e também prestava assistência à pessoas contaminadas pela Hanseníase, que viviam isoladas nos rios da região. Com a inauguração do Hospital Geral de Cruzeiro do Sul, passou a trabalhar nele.
Doutor Braga é casado com a cruzeirense Maria Lúcia de Oliveira Montenegro, devido à idade avançada e aos derrames sofridos, doutor Braga não está mais atendendo a população.

MASCOTE E LEMA
Devido ao seu formato de caixote e sua baixa velocidade de subida dos rios da Amazônia foi apadroado com o apelido carinhoso de Tracajá, e por seu grande período de navegação no rio Juruá, passou a ser chamado de Tracajá do Juruá, consolidando com isso o Tracajá, como seu mascote e tendo como lema a frase “Saúde Sem Limite”.

HERÁLDICA

Seu Brasão tem o seguinte significado, num pentágono formado de cubos e encimado pela coroa naval, em campo de prata, três montes, unidos de negro, cortado de azul com cruz ancorada, de verde, carregada com o símbolo do Esculágio, de ouro. Os três montes em campo de prata, atributos da família Montenegro, originária da Galícia, aludem às origens do Dr. Manoel Braga Montenegro, enquanto no cortado azul, esmalte clássico da Marinha, a cruz carregada do símbolo do Esculágio reporta-se aos serviços hospitalares prestados pelo Navio em apreço.

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