quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A conquista do topo do Brasil.

Militares vencem obstáculos da selva para trocar a bandeira nacional no ponto mais alto do Brasil

”Remo, Remo, aqui é Pico da Neblina, na escuta?” São 16h de sábado. Pela primeira vez no dia é possível ver o topo das montanhas no horizonte. Foram sete horas ininterruptas de chuva e forte “aru”, nevoeiro intenso provocado pela inversão térmica colado no topo da vegetação, típico da região amazônica.
A frase é pronunciada dezenas de vezes no rádio UHF na tentativa de fazer contato com o 5° Pelotão Especial de Fronteira (PEF), do Exército Brasileiro, em Maturacá (AM). Os 13 militares do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Manaus (BINFAE-MN) aguardam o resgate no ponto chamado de Garimpo da Pepita, localizado no pé do Pico da Neblina. O objetivo do contato é avisar a tripulação do helicóptero de que o tempo está aberto para voo no alto do maciço. “Pico da neblina está pronto no ponto de resgate. Aqui o tempo está bom”.
Do outro lado quem responde não é Remo, mas Raul. O suspiro de alívio só ocorre quando o grupo “copia” a mensagem de Remo para Raul “aeronave vai fazer uma tentativa de resgate agora”. Em menos de 10 minutos, ouve-se o som do “buru-buru”, como o helicóptero H-60 Black Hawk é chamado pelos yanomamis. Um atrás do outro, os dez militares que aguardavam abaixados na encosta do terreno entram. Em cerca de 10 minutos de voo, a altitude de dois mil passa para 300 metros. Em linha reta apenas 36 km.
“Se não conseguíssemos realizar o resgate nesta tarde, o grupo entraria em (situação de) sobrevivência”, avalia a comandante da aeronave, Tenente Aviadora Deborah Mendonça Gonçalvez.
Os momentos de tensão fazem parte do desfecho da missão da troca da Bandeira Nacional no Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil com 2.994 metros. Para que no alto do mastro de 4 metros tremule o símbolo maior da Pátria, o grupo de militares da FAB enfrentou quatro dias de caminhada na mata.
A missão é realizada pelo BINFAE-MN desde 2001, a cada dia 19 de novembro, quando é celebrado o Dia da Bandeira. Depois do Parque Nacional do Pico da Neblina ter sido demarcado como terra Yanomami, somente militares realizam expedições. “É uma oportunidade de treinar tudo. Aqui tem montanha, selva, frio, calor”, explica o Coronel de Infantaria Alexandre Okada, Comandante do Batalhão.
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