Publicação original: 24/7 (00:17)
O reajuste salarial das Forças Armadas tem sido motivo de graves
divergências entre o ministro Raul Jungmann, da Defesa e a área econômica do
governo. A demanda dos militares já foi reconhecida como justa por cabeças
coroadas da gestão Temer. Além de Jungmann, Eliseu Padilha, integrante do
‘núcleo duro’ palaciano admitiu no final de janeiro que “a carreira deles
[militares] ficou defasada. Eles não fazem greve, estão sempre disponíveis,
acabaram ficando pra trás”.
Milicos ‘Posto Ipiranga’
O uso frequente das Forças Armadas em atividades de Garantia da Lei e da
Ordem (GLO), além de outras que fogem completamente a destinação constitucional
(Brasil afora, os militares têm realizado desde pesquisas com motoristas até
mutirões de limpeza em pátios de colégios), desagrada à tropa e ao Comando,
como declarou o general Villas Bôas no Senado: “Nós não gostamos desse tipo de
emprego, não gostamos”, disse, em relação à atuação na Maré.
Lado bom
Apesar dos riscos óbvios, a banalização do emprego das Forças Armadas
tem um componente positivo: o de vitaminar cada vez mais os índices de
aprovação dos militares em todas as pesquisas de opinião. Some-se a isso o peso
institucional dos fardados em meio à crise política que assola o governo e
temos aí um cenário favorável para que as reivindicações sejam atendidas.
Reajuste de 15%
Os estudos da Defesa indicam um aumento médio de 15%, o que significa
algo em torno de R$ 10,5 bilhões/ano no orçamento federal, cerca de 8% do
déficit primário de R$ 131 bi previstos para o próximo ano.
Andar de baixo
A proposta de aumento do Ministério da Defesa prevê uma redução do
descompasso entre os salários de generais e coronéis e as patentes mais baixas,
como sargentos, cabos e soldados.
Lembrai-vos da MP do Mal!
O aumento do tempo mínimo e da idade-limite para a permanência no
serviço ativo dos militares, alterações tidas como certas, sinalizam para uma
compensação salarial que manterá os ânimos calmos dentro dos quartéis. O mesmo
expediente foi utilizado pelo governo FHC quando da edição da MP do Mal, em
dezembro de 2000. A supressão de diversos direitos dos militares veio
acompanhada de um aumento, o chamado ‘soldão’, corroído rapidamente pela
inflação.
Com informações do site Relatório Reservado
Fonte: Montedo.com
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