Guerra é homicídio?
Hosea Biglow, o fazendeiro do século 19 do livro "The Biglow Papers", do poeta James Russell Lowell, diz que guerra e homicídio são a mesma coisa. Ele sente que as justificativas para a guerra são frágeis e infundadas. Biglow triste e cinicamente declara que o verdadeiro propósito da guerra está baseado em ganância e cobiça.
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© istockphoto.com /Big-dan
Guerra e homicídio são a mesma coisa?
Talvez o personagem de Lowell tivesse um ponto, mas levando em consideração definições exatas, Biglow estava errado. Homicídio não é simplesmente o ato de matar alguém. É um termo legal que define um assassinato ilegal. O adjetivo ilegal faz toda a diferença. Uma pessoa atirar na outra nas ruas pode ser assassinato, mas no campo de batalha é perdoável. Em uma guerra na qual as partes envolvidas declararam abertamente suas hostilidades, matar os soldados inimigos no campo de batalha é legal. Como homicídio é ilegal por definição, matar um soldado no campo de batalha na guerra não pode ser homicídio. É importante lembrar que há regras de guerra. Há condições sob as quais um soldado pode ser acusado de homicídio durante tempos de guerra. A Convenção de Genebra é um conjunto famoso de regras que governam o que é legal e ilegal durante uma guerra. As regras de guerra ditam que é ilegal abrir fogo contra inimigos rendidos e desarmados - indefesos -, ou atacar qualquer edifício usado como hospital. Pode parecer absurdo que uma guerra tenha regras que todo mundo segue. Existe mesmo uma maneira civilizada de matarmos uns aos outros? Por que é legal acabar com a vida de uma pessoa sob um conjunto de circunstâncias na guerra, mas é ilegal num cenário diferente? Se o motivo para a guerra não mudou, e as duas ou mais nações - ou partes dentro de uma nação - ainda estão em conflito, por que uma forma de homicídio é permitida quando outras não são? Matar um soldado inimigo armado no campo de batalha é, de algum modo, menos errado do que usar uma bandeira branca como pretexto para uma emboscada? Filosoficamente, você poderia argumentar que homicídio e o ato de matar durante a guerra são a mesma coisa. Em ambos os casos, a vida de alguém acaba nas mãos de outra. A vítima não escolhe morrer. Mas como a guerra é um estado no qual os países sancionam o uso de exércitos de seres humanos em conflito armado uns com os outros, ela não se encaixa na definição legal de homicídio.
Fonte: Como tudo funciona |
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