Integrante da FEB na 2º Guerra Mundial, o general do Exército era o último fundador vivo do Círculo Militar do Paraná |
general Italo Conti morreu na madrugada desta quarta-feira (7) aos 96 anos |
Morreu na madrugada desta quarta-feira (7) o general Ítalo Conti. Ele tinha 97 anos. A causa do falecimento, segundo a família, foi "natural". O militar exerceu o cargo de secretário de Segurança Pública do Paraná entre julho de 1962 a janeiro de 1966, durante o governo de Ney Braga e dos dois substitutos dele: Antônio Ferreira Rüppel e Algacir Guimarães.
Conti também foi membro da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na 2º Guerra Mundial, exerceu a função de deputado pelo federal PDS na década de 1980 e era o último fundador vivo do Círculo Militar do Paraná.
O velório ocorre a partir das 13h no Museu do Expedicionário, no bairro Alto da XV, em Curitiba. No fim da tarde, às 17h, o corpo segue para cremação.
Boa praça
Um general “boa praça”. Assim poderia ser definido o general da reserva Ítalo Conti. A vida dedicada ao exército começou cedo, no Rio Grande do Sul, onde Conti era voluntário e se colocou a disposição para defender o Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Na Itália, segundo a família, Conti participou das batalhas de Montese e Monte Castelo como observador avançado da artilharia da Força Expedicionária Brasileira (FAB). Na primeira, de acordo com a literatura sobre a participação brasileira na guerra, o exército brasileiro impôs uma importante derrota ao regime nazista ao abrir caminho para que os Aliados, grupo encabeçado por Estados Unidos, França e Inglaterra, marchassem rumo ao Rio Pó.
Já em Monte Castelo, batalha travada no final da grande guerra, o exército brasileiro combateu junto às forças dos Aliados em seis grandes ataques. Encerrou-se ali a participação de Conti na Segunda Grande Guerra Mundial, após nove meses na Itália, onde recebeu a notícia do nascimento de um dos seus dois filhos, Ítalo Conti Júnior, hoje com 68 anos.
De volta ao Brasil, o gaúcho Conti fez o curso para o Estado Maior do Exército e quando já comandava um batalhão, recebeu um convite do então governador do Paraná, Ney Braga, para ser o primeiro secretário da Segurança Pública do Paraná. A frente da pasta entre julho de 1962 e janeiro de 1966, ele foi testemunha ocular dos primeiros anos da Ditadura Militar do Brasil.
Parte dessa história foi recontada pelo próprio, em entrevista a esta Gazeta do Povo, na qual confidenciou que Ney Braga havia conspirado contra o então presidente eleito João Goulart. “O Ney não só era favorável (ao golpe) como integrava o grupo de conspiradores”, afirmou Conti em entrevista publicada no dia 31 de março de 2009. A vida pública do general da reserva, porém, não terminou em 1966. Ele ainda teve fôlego para chefiar mais duas secretárias durante a gestão de Paulo Pimentel (1966 a março de 1971).
A fama de incansável foi reafirmada há 17 anos, quando ele assumiu a gestão das “Ruas da Cidadania” de Curitiba. “Ele era incansável: o primeiro a chegar e o último a sair. Fez 97 anos no último dia 29 de setembro, tomando chopinho e uísque”, confidencia Ítalo Conti Júnior, que ressaltou durante o velório do corpo do pai a imagem que tinha dele. “Foi um exemplo de político, ficha limpa, e de militar. Além disso, era extremamente bondoso e tinha uma preocupação em ajudar os mais humildes. Antes de ser cremado, o corpo do general da reserva, último fundador vivo do Circulo Militar do Paraná, foi velado no Museu do Expedicionário.
Além dos filhos Ítalo Júnior e Vera Lúcia Conte Queiroz, Conti deixa a esposa, cinco netos e oito bisnetos.
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