O depoimento abaixo é do Veterano
Sarmento, inspirado Num e-mail (vídeo) que o “Saco Mucho” te enviou sobre o
Cantor ‘Carlos Nobre’ cantando “CICLONE” no programa de Sílvio Santos.
O Veterano Sarmento ao longo de
seus trinta anos de Briosa, serviu em várias comissões, entre elas, Natal, a
qual, o Velho Guerreiro acumula em sua bagagem guardadas no seu Galpão da
saudade, belas recordações e narra sobre uma Dama da Noite, cujo nome, “Maria Capacete”. Devia ser uma mulher
de atitudes atraentes! Eu pelo menos nunca tinha ouvido falar nela, mas, com
certeza os mais antigos devem lembrar!
O Guerreiro Sarmento é Primeiro Sargrnto Fuzileiro Naval Refº. e mora atualmente em Valença BA, onde desfruta das benesses daquela atraente cidade do litoral Baiano. É isso ai Sarmento, recordar é
viver!
O Depoimento:
Dizem que quem gosta de passado é
museu. Acho que todos nós temos um museu guardado na memória, principalmente os
mais velhos, e os que tiveram a oportunidade de viver intensamente cada
momento.
Naquela época, 1957/58/59, Natal era uma festa. Talvez, pela herança que os
americanos deixaram, os militares da Marinha brasileira eram tratados
como príncipes. Diferente do Rio de Janeiro, as portas das casas se abriam e as
famílias nos recebiam como se um filho fosse. Agente namorava as moças
daquelas famílias, mas também respeitava como mandava a norma , a educação
e os bons costumes daquela época.
Também, tinha o Padre Brasil,
nosso Capelão Naval, que
providenciava o casamento daqueles que infringiam as leis (mais normas do que
Lei) daquela época. Bom lembrar que era um casamento apenas religioso, o
regulamento não permitia que praça contraísse matrimônio. Moralmente era válido,
tanto que alguns colegas voltaram com sua "cara-metade”.
Voltando á Natal "cidade festa" de outrora, do Alecrim, do
Grande Ponto, de Petrópolis, não podemos esquecer das ROCCAS, onde a noite não
tinha fim, pois tudo continuava numa travessia de barco á vela rumo a outra
margem do Potengi, sempre acompanhados daquelas "meninas" que
trabalhavam nas casas noturnas daquele cais.
Uma dessas "profissionais da noite" ficou no museu da memória deste
modesto escriba, não pela sua beleza, nem atributos físicos, pois a Natureza
não lhe foi tão generosa quanto a muitas que por lá também labutavam. Não
sei se alguém ainda lembra de "MARIA
CAPACETE", ou se tem coragem de admitir que a conheceu. Sua idade já
um pouco avançada em relação ás suas companheiras, talvez contasse já 30 anos.
O que mais chamava atenção era o seu conhecimento do setor de trabalho, e o seu
apelido atribuído ao afeto e admiração pelos Fuzileiros Navais.
Num dia de grande "inspiração", Maria Capacete falou alto e bom tom a
frase que ainda lembro: "QUANDO
VOCES ESTIVEREM NA PRAÇA MAUÁ IRÃO LEMBRAR DAS ROCCAS E DE MIM”. Confesso
que algumas vezes lembrei, principalmente quando sentia falta do calor humano
que recebi das famílias Natalenses, daquelas portas que se abriam, daqueles
corações que se alegravam com nossas presenças.
Deus nos dotou da memória para a felicidade nunca ter fim. Cada um tem o seu
"cantinho" onde guarda suas recordações, o meu é um
"galpão" cheio de felicidades vividas, como essa, que á pedido
do amigo LUCENA, modestamente consegui escrever, apesar da grande emoção
suportada por um velho coração que bate a mais 70 anos.
Agradeço ao Corpo de Fuzileiros Navais muitos momentos felizes da minha vida, e
agora, a este Blog “SACO-MUCHO” que
me estimula, dá forças e coragem para escrever.
Um abraço a todos.
Veterano Valdir Sarmento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário