Carlos Chagas
Forças armadas estão engolindo sapos em posição de sentido
A ditadura militar terminou em 1985. Daqui a
menos de dois anos se completarão trinta, desde que o
general João Figueiredo deixou a presidência da República. Pelo jeito, nem o
governo do PT nem a presidente Dilma perceberam esse
hiato no tempo. Continuam se comportando como se os militares ainda fossem o
inimigo a exigir combate permanente e represálias sem conta. Esquecem que os
generais de hoje nem eram tenentes, em 1964, e que boa parte da oficialidade
nem tinha nascido.
Não
há outra explicação para mais um corte no orçamento das forças armadas, agora
de 4 bilhões, porque em maio foram 3,7 bilhões. Certas economias não se
justificam. É inconcebível que se abra mão do mínimo indispensável à
defesa nacional. Não estamos em guerra com ninguém, tomara que essa situação se
prolongue pela eternidade, mas garantir, ninguém garante. Acresce serem os
militares, pela Constituição, os guardiões da lei e da ordem. Sem recursos,
sucateados, com equipamento obsoleto, Exército, Marinha e
Aeronáutica chegaram ao limite de imaginar a suspensão de suas atividades nas
sextas-feiras, porque nos quartéis, nos navios e nas bases aéreas não há
dinheiro para o almoço de soldados, marinheiros e aviadores.
O
país vive dificuldades econômicas e financeiras. É preciso apertar o cinto,
faltam recursos para educação, saúde, transportes e muita coisa a mais. Menos
para os bancos, que num único semestre lucram três ou quatro bilhões, dos
grandes estabelecimentos privados aos públicos.
As
forças armadas estão engolindo sapos em posição de sentido, não estrilam, fora
alguns radicais postos em sossego na aposentadoria, cultores de um passado que
o Brasil fez escoar pelo ralo. O perigo é que eles possam
contaminar os companheiros do serviço ativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário