COMANDO-GERAL DO
CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
RIO DE JANEIRO, RJ.
Em 7 de março de 2013.
ORDEM DO DIA Nº 1/2013
Assunto:
205º Aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais
“É o tempo da
travessia......
E se não ousarmos fazê-la...
Teremos ficado para sempre
À margem de nós mesmos....”
E se não ousarmos fazê-la...
Teremos ficado para sempre
À margem de nós mesmos....”
Como nestes versos de Fernando Pessoa,
Ousaram os
Soldados-Marinheiros da Real Brigada de Marinha de Portugal, berço histórico do
Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, ao fazer a travessia do Atlântico,
guarnecendo os navios da Armada Portuguesa, protegendo a família Real na
transmigração da Corte para o Brasil.
Ousaram aqueles
Soldados-Marinheiros, ao deixarem sua terra natal, suas coisas e seus sonhos,
na maior expressão de determinação e lealdade, características que amalgamaram
o Espírito de Corpo dos Fuzileiros Navais. Em 7 de março de 1808, data da
chegada ao porto do Rio de Janeiro, esses “homens valentes” cumpriram sua nobre
missão de proteger a família real e sua Corte. Desde então, começamos a
comemorar nosso aniversário e a escrever páginas de glórias no livro da
História do Corpo de Fuzileiros Navais.
Ousaram os Fuzileiros Navais quando,
obedecendo a ordem do Príncipe Regente, desembarcaram e conquistaram Caiena,
garantindo ao Brasil o território do atual estado do Amapá, em resposta à
invasão de Portugal por tropas francesas. A competência, a projeção de poder e
a natureza expedicionária se juntavam às características primeiras,
determinação e lealdade.
Ousaram os Fuzileiros Navais desde
que regressaram de Caiena, em 1809, e se estabeleceram nessa Fortaleza de São
José, como prêmio oferecido pelo então Ministro da Marinha, Conde de Anadia, ao
participarem de todos os conflitos, de natureza interna e externa em que se
envolveu a nação brasileira.
Ousaram os Fuzileiros Navais ao
embarcarem nos navios de nossa Marinha, desde as lutas pela consolidação de
nossa Independência, passando pelos dois grandes conflitos mundiais do século
passado e contribuindo com tropas nas missões de paz de caráter terrestre e
naval nos dias de hoje.
E, por terem ousado ao longo de toda
a sua história na defesa da soberania e dos interesses da nação, entregaram ao
altar da Pátria, a vida, 1622 Fuzileiros Navais. Este legado, forjado na
têmpera da honra, competência e determinação expressam uma grandiosa saga que
não nos permite negligenciar um só instante.
Mas, importa prosseguir hoje e amanhã!
Prosseguir e exaltar a determinação
dos Fuzileiros Navais de hoje que, sem descuidar das conquistas do passado,
avançam resolutos, rumo a novas, ousadas e maiores conquistas. Assim vemos o
Corpo de Fuzileiros Navais, sob a segura orientação do Comandante da Marinha,
alçar vôos mais altos em território nacional e no exterior. É hoje a determinação
dos Combatentes Anfíbios da Marinha do Brasil a responsável pela superação de
dificuldades, pela manutenção do estado de pronto emprego dos Grupamentos
Operativos de Fuzileiros Navais e pela defesa de instalações navais e
portuárias, arquipélagos e ilhas oceânicas, contribuindo, assim, para a
proteção da nossa Amazônia Azul e para a consolidação do Corpo de Fuzileiros
Navais como força de caráter expedicionário, por excelência, como, aliás,
postula a Estratégia Nacional de Defesa.
Determinação que se faz presente onde quer que haja um Fuzileiro Naval,
seja a bordo dos navios, nos exercícios operativos, nas densas matas
amazônicas, na sequidão da caatinga, no frio antártico, no apoio irrestrito à
população quando sujeita à calamidades, na ação conjunta com as forças de
segurança pública na garantia da lei e da ordem ou nas arriscadas missões
internacionais de desminagem humanitária ou de manutenção da Paz.
Mas,
importa prosseguir amanhã e sempre!
Prosseguir
e exaltar a audácia e a crença
no futuro. Dirijo, neste instante, palavras de incentivo aos jovens Fuzileiros
para que mantenham a crença no futuro da Marinha do Brasil e do Corpo de
Fuzileiros Navais. Crença que acompanha o Veterano Fuzileiro Naval,
nosso “Fuzileiro de Sempre”, que com seus cabelos embranquecidos, pelo tempo e
pelo trabalho, dela jamais abriu mão.
Fuzileiros Navais! Sejam audazes! Ousem fazer as travessias que a vida
lhes apresenta! Façam acontecer! Acreditem que a nossa Marinha, com sua parcela
Anfíbia, que lhe é indissociável, ganha contornos estratégicos ponderáveis, por
possuir um instrumento de grande valor dissuasório.
Fuzileiros Navais! Deus protege os audazes!
Foram audazes aqueles que construíram nossa saga no enfrentamento dos
desafios, em todas as tarefas que lhes foram impostas, desde as pequenas fainas
diárias até aquelas que lhes custaram a vida.
São audazes os Fuzileiros Navais de hoje ao realizarmos com
profissionalismo, entusiasmo e dedicação todas as tarefas que nos são
atribuídas, nos aquartelamentos em todo o território nacional e nas diversas
missões no exterior, cuidando do nosso legado na contínua construção da nossa
instituição.
Serão audazes os Fuzileiros Navais de sempre ao fazermos de nossas
carreiras um sacerdócio, sob a proteção de Deus, na vanguarda que é Honra e
Dever!
ADSUMUS!
VIVA A MARINHA!
MARCO ANTONIO CORRÊA GUIMARÃES
Almirante-de-Esquadra (FN)
Comandante-Geral
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