| "Cardume ou Tainha? (Mauro Leal) Na travessia da Arnaldo Luz que o continente à Ilha das cobras conduz, uma aglomeração contemplava maravilhada o nado sincronizado na flor das águas frias da mais linda Baía. Deslumbrado ao lado dos autênticos Combatentes Anfíbios e dos profissionais da indústria naval do nosso Arsenal que por célere momentos de seus preciosíssimos tempos paravam e debruçavam a desfrutar do exuberante e raríssimo espetáculo apoteótico na superfície da calma preamar. Entre os fascinados, um estranho visitante, emparelhou, e lhe abri o coração, tamanha era emoção pela descomunal beleza contra a correnteza e a devastadora degradação. - Meu senhor que colossal e lindo cardume a bailar! De canto a olhar, tez suada, com voz audível, hesitou: - Veterano, o que vemos é tainha! Bravo, é tainha, em coletivo de formosas e apetitosas. O robusto e bigodudo, transeunte, de grossas e calejadas mãos, dentaduras prejudicada, sentiu-se surpreso e constrangido por desconhecer o coletivo, e engatou a tartamudear, salivando feito um chafariz a esguichar pra todo lugar, exalando um misto de bafo de pinga e de bode, insuportável que de cara a cara, impossível encarar. Então pra a arenga encerrar, desconversei, despistei, a escadaria da Associação avistei, rapidamente a viola na sacola botei e de fininho zarpei, e no aconchego dos veteranos, coberto e alinhado, abriguei para não ser arremessado e pela correnteza levado e ser ovacionado como o primeiro reformado, homem ao mar lançado, e pelos internautas e família naval ser eleito “meme” com o "vídeo-mico" mais assistido, bizarro, zoado e aplaudido, e nas páginas do "O VETERANO" a manchete estampada: "O Guerreiro Combatente Anfíbio despreparado, foi afogado"" |
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