Alguns dos depoimentos dramáticos publicados em: VEJA Coluna - do Ricardo Setti.
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O desfile militar de 7 de setembro do ano passado, em Brasília: integrantes das três Forças Armadas têm muitas queixas e críticas (Foto: Agência Brasil) |
Do ex-oficial engenheiro da FAB Leonardo
“Eu fui oficial engenheiro da FAB por 5 anos, trabalhava com
manutenção de aeronaves e dificilmente via faltar dinheiro para os
reparos necessários.
No entanto, o que vi bastante (e isso foi um dos motivos principais
para minha saída) foi desorganização estrutural, ineficiência
administrativa, falta de competência em gestão dos oficiais superiores e
dos oficiais generais, aliadas a uma boa dose de excesso de ego, que os
fazia tomar todo tipo de decisões arbitrárias, sem precisar dar
satisfação sobre o dinheiro público gasto de maneira ineficaz.
É certo que existe um grande problema macro, porém creio também que
as FFAA já tinham que ter começado a rever seus problemas internos antes
de saírem jogando toda a culpa na ‘falta de apoio’ do governo”.
Do militar do Exército Mário
“Sou militar da ativa logo passarei para a reserva, se Deus permitir.
Vibro muito em ser militar do EXÉRCITO, mas hoje vejo que perdi muito
tempo tendo esperança de que um dia a minha carreira iria melhorar.
O resultado é que me arrependo muito de ter ficado no Exército, com
uma carreira muito frustante e miserável. Olhando para tropas de outros
países, são vergonhosos os nossos equipamentos, muito ultrapassados.
Do jeito que se segue é melhor fechar as portas”.
Do militar do Exército Bernardino
“Os praças sim, especialmente os sargentos do quadro especial (Sgt
QE), cabos e soldados, vivem em extrema dificuldade financeira.
Além do salário ser o menor de todos, não têm nem uma ajuda
adicional, como por exemplo uma transferência de sede a cada dois ou
três anos, que na minha opinião deveria ocorrer, e outras coisas mais,
pois é essa turma que realmente carrega a base da Força nas costas, como
por exemplo; motoristas de carreta de tanques, motoristas de viaturas
de todos os tipos, mecânicos, eletricistas, cozinheiro, pedreiros,
pintores e ocupantes de outras funções, além do o próprio combatente de
fogo”.
Do sargento da FAB Alexandre
“Sou graduado (sargento especialista) da FAB e posso assegurar que o
número de baixas entre os sargentos é muito maior que a dos oficiais,
por ganharem menos ainda, terem uma escala de serviço apertada e uma
pouca valorização no seu plano de carreira em relação aos oficiais e
mesmo aos taifeiros, que são equiparados aos sargentos, sem nenhum
concurso”.
De um sargento do Exército
“Estou na ativa e tenho a plena convicção de que as Forças
Armadas estão totalmente falidas. Nós, praças, sargentos e familiares a
cada dia somos mais humilhados , desvalorizados e nos sentimos
envergonhados de vestir essa ilusão que se chama Forças Desarmadas.
O que ainda deixa essa farsa de pé é o inconstitucional Regulamento
Disciplinar que subjuga e rebaixa profissionais (pais de família) a
situações desumanas”.
Do ex-militar da Marinha “Feliz da Vida”
“Saí da Marinha em 2006, na época para ganhar metade do que ganhava na Força.
Não me arrependi em nenhum momento.
Militar não tem gestão de recursos humanos, não sabe o significado de capital humano. Lá existe a Divisão de Pessoal.
Saí como segundo-tenente intendente, 2 anos depois passei em um bom
concurso e hoje ganho quase o dobro dos capitães da minha turma.
Posso pagar colégio pro meu filho e vê-lo crescer…
Jovem oficial saia das Forças Armadas e vá ser feliz!”
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